quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Crowdsourcing

Pessoal, hoje vi o termo Crowdsourcing no meu Twitter e fiquei curioso, dei uma pesquisada e encontrei esse artigo do Bruno Bartels sobre esse assunto, vale a pena dar uma lida...

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Crowdsourcing na produção de uma nova mídia.

Artigo por Bruno Bartels em abr.30, 2009, na categoria Comunicação 2.0

Apesar do nome pouco popular, Crowdsourcimg já é um assunto bem discutido e aplicado na internet, principalmente no que diz respeito a desenvolvimento de softwares e geração de conteúdos.

“O crowdsourcing é um modelo de produção que utiliza a inteligência e os conhecimentos coletivos e voluntários espalhados pela internet para resolver problemas, criar conteúdo ou desenvolver novas tecnologias.”

Leia mais sobre o termo aqui (português de Portugal).

São bons exemplos de crowdsourcing o navegador Firefox, o sistema operacional Linux, a plataforma para blogs WordPress, fora uma série de outras aplicações que vão de antivírus até complexos sistemas, como o Google e suas APIs.

Apesar de extremamente popular na internet, esse conceito é pouco percebido. Grandes exemplos dessa filosofia é o Wikipedia, YouTube, e tantos outros geradores de conteúdos.

O Wikipedia em si não é a mais completa enciclopédia do mundo. Ele é apenas uma plataforma que possibilitou a construção e organização de seu conteúdo. Os verdadeiros produtores são internautas, espalhados pelo mundo, que alimentam massivamente o site de informação, filtram o que é certo e errado, deixando-a confiável sim, apesar das críticas de quem certamente não a conhece.

A mesma coisa acontece com o YouTube, que nada mais é do que uma ferramenta de uploads, organização e compartilhamento de vídeos. O que o faz ser o que é, é a enorme videoteca que foi alimentada ao longo do tempo pelos diversos usuários. Você nunca perguntou a um amigo se ele já visitou o YouTube hoje, mais certamente já perguntou se já viu o vídeo da Susan Boyle, ou simplesmente passou o link para ele. Aliás, se não fossem os internautas, ela seria apenas mais uma concorrente de um programa de talentos inglês.

- Ok, já entendido o conceito. Mas que diabos o crowdsourcing tem a ver com a construção de uma nova mídia?

- Bom, em se tratando de internet, tudo.

O jornalismo colaborativo ainda engatinha, mas aos poucos vem se tornando uma realidade. Basta estar no lugar certo, na hora certa, com uma câmera digital na mão e um belo flagrante à sua frente. Pronto, agora é só postar na internet. Pena que ainda não temos um portal sério de notícias colaborativas. Em alguns grandes portais de jornalismo on-line, essa cultura já é explorada, mas se limitam a temas, complementos, besteirol e oportunismo. Fora que ninguém ganha um centavo quando tem sua notícia publicada no VC Repórter ou outros portais com serviços do gênero.

www.midiaindependente.org

Mídia Independente

Um bom exemplo da filosofia colaborativa para a produção jornalística é o www.midiaindependente.org. O visual infelizmente não é lá grandes coisas, parece ter sido criado por programadores. Porém as más impressões param por aí. O jornal é bem completo, com ótimos temas e comentários que deixam claro o nível cultural de seus leitores.

A publicidade segue pelo mesmo caminho. Na internet, os principais concorrentes e também aliados das agências e empresas que buscam seu espaço na rede são seus próprios consumidores. Produtores de conteúdos que a todo instante estão postando um novo vídeo, mais uma piada medíocre - ou genial -, mais uma foto oportunista ou estão simplesmente interagindo. Interação que gera muito mais que ibope. Gera discussão, compartilhamento e persuasão. Persuasão do velho e eficaz boca-a-boca, agora muito mais forte e intenso.

Na internet, assim como futuramente na TV digital, o tempo estimado para a propaganda acaba. Ninguém mais tem 30 segundos exclusivos para passar uma mensagem. O consumidor não é mais passivo.

Voltando à filosofia Crowdsourcing, o foco da publicidade online deve estar na interatividade. Não basta mais criar um vídeo bonitinho, ou uma bela composição de imagens. A publicidade tem que oferecer algo ao público. Oferecer ferramentas que o façam ter novas experiências interativas, idéias que antes de vender os encante, que os ofereça algo que o faça passar a propaganda a diante. Certamente uma publicidade que exige ainda mais neurônios e criatividade por parte dos publicitários.

Um bom exemplo dessa nova publicidade é o site jogo Jelly Battle. Criado em 2006 para divulgar a linha de teclado para games da Logitech, o se espalhou rapidamente para os sites do genero. Ao longo de quase 3 anos fez tanto sucesso que recentemente foi comprado por uma empresa com foco em jogos on-line (por isso não se vê mais o merchandising da marca e algumas outras características peculiares).

Mas o que isso tem a ver com a Crowdsourcing e onde afinal a filosofia se aplica ao internet marketing e, futuramente, à publicidade em geral?

Bom, o jogo em si não se faz sozinho, não se divulga e nem vende sozinho. Os grande veículo da publicidade são os próprios internautas. Jogadores que disputam e interagem entre si. Eles gostam do conceito, convidam seus contatos e compartilham. Pensou em viral na internet? É exatamente isso! Um investimento mínimo, se comparado às mídias convencionais, somada a uma bela dose de criatividade e interação. Pronto, o consumidor faz o resto.

E o mais legal disso tudo, e que explica a imagem de topo do site: na comunicação 2.0 não é a massa passiva ao meio, é o meio que fica passivo a massa.

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Fonte: http://comunicacao2.0.vixtime.com.br/?tag=crowdsourcing